SAIU NA MÍDIA (JORNAL DO COMÉRCIO)


Notícia da edição impressa de 13/12/2010


Lideranças têm que repensar o PSDB, avalia Bogo


O ex-vice-governador do Estado Vicente Bogo - na gestão do então peemedebista Antônio Britto (1995-1998) - e um dos fundadores do PSDB, criado em 1988, avalia que a legenda vive hoje um dos seus maiores desafios. Após as derrotas para a presidência da República e o insucesso na reeleição da governadora Yeda Crusius, o PSDB terá de refletir sobre que rumos tomar. “Temos eleições municipais daqui a menos de dois anos e agora (a sigla) está sem poder e sem ter fortalecido figuras do partido”. Ele avalia que, de modo geral, houve “uma mutação com certa degradação da política e dos partidos” e que o processo de reflexão deve ser feito por todas siglas. Bogo reforça a necessidade de refundação do PSDB, já defendida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). O ex-vice-governador tucano acredita que foi um equívoco a não utilização de FHC na campanha do candidato José Serra (PSDB) à presidência. “Fala-se muito mal de FHC, mas um dia talvez alguém reconheça que ele foi uma das figuras mais importantes da história da política brasileira como presidente”, avalia.


Jornal do Comércio - O fato de o PSDB ter chegado ao poder no Estado possuindo uma estrutura pequena pode ter prejudicado a gestão da governadora Yeda Crusius e contribuído para insucesso nas urnas em 2010?
Vicente Bogo -
Teríamos que analisar como e por que o PSDB chegou ao governo. Além da estrutura do partido temos que considerar também que quem chega ao poder é mais um membro do que o partido. E não é um privilégio do PSDB. Chegou mais a governadora (Yeda Crusius) do que o partido. Tanto que, sabidamente, o partido era pequeno, foi o que deu a condição jurídica legal da candidatura, mas a governadora se fez muito maior, como o Lula se fez muito maior do que o PT, apesar de o PT ser muito grande. A condução do governante faz muito do resultado, porque nem mesmo o PT impôs ao Lula o seu programa. Tanto que ele foi revisado na véspera da eleição dizendo que fariam o contrário do que estava no programa. E se olharmos aqui, o PSDB, qual é a chance de ele condicionar uma ação da governadora? Nenhuma. Por ter uma bancada pequena na Assembleia Legislativa e menor ainda em Brasília. E um pequeno grupo de prefeitos.

JC - Isso compromete a sintonia entre o governante e o partido?
Bogo -
É uma estrutura que não tem condições de fazer um diálogo forte. Então, nessa condição, o partido ora é alçado e ora, como aconteceu agora, depositado na vala comum. Após a fundação, talvez hoje seja a situação mais difícil. Depois que criamos o partido, em seguida à primeira eleição para governador, houve uma presidência rotativa na época, coube a mim o período pré-eleitoral. Eu que negociei a coligação que, em 1990, elegeu (Alceu) Collares (PDT). Depois, eu acabei sendo o vice (de Antonio Britto), em 1994. Mas fui menos pelo partido e mais por uma injunção. Depois saí, o partido continuou caminhando com o Hohlfeldt, que foi vice de (Germano) Rigotto. Eu era pré-candidato ao governo em 2002 e o Rigotto ao Senado. Ao final faleceu Marchezan naquele início de ano, fiquei fragilizado, cheguei a levar a candidatura adiante, mas abri mão do governo para apoiar Rigotto e fui candidato ao Senado com ele.

JC - Nacionalmente, a primeira candidatura do PSDB foi a de Mário Covas.
Bogo -
Criamos o partido nacionalmente em 1988 e em seguida já lançamos (Mário) Covas candidato, que só não se elegeu porque foi mal versado, ou difamado, como se fosse comunista, porque na Constituinte ele deu vazão às aspirações sociais. Ainda que ele sempre dissesse que no máximo era social-democrata. Então, houve espaço para a eleição de (Fernando) Collor. E, em seguida, vem a eleição de Fernando Henrique Cardoso. E o partido ainda era quase nada. Mas como eleger um presidente sem partido? Mas fez-se aliança com o então PFL. Na primeira eleição de FHC, o primeiro contato para coligação foi feito com o PT. E ainda tem quem defenda que tinham que estar na mesma composição PSDB e PT, pelas suas similaridades em alguns aspectos. Não digo na moralidade. Em alguns aspectos, tirando esse, como divisão econômica, social. Mas o PT achava que elegia o Lula, não quis compor, então as lideranças e a pressão de fora levaram a compor em outra direção.

JC - O senhor diria que FHC também foi maior do que o partido?
Bogo -
Sim, o FHC também era maior do que o PSDB, ainda que depois o partido tenha crescido, elegendo vários governadores. Mas como nasceu basicamente do PMDB, teve dificuldade de crescer. Então aqui no Estado o partido se robusteceu, mas em função de acomodações locais, provenientes de outros partidos. O PSDB, naquela época, cresceu em número de filiados e diretórios, mas não consolidou sua identidade de origem. Este é o seu maior problema. E amarga o fato de hoje não estar em composição nenhuma de poder federal ou estadual. O PSDB vai ter que fazer sua reflexão, ver que direção vai tomar. Porque tem eleições municipais daqui a menos de dois anos e agora está sem poder e sem ter fortalecido figuras no partido com o governo.

JC - Nacionalmente, o PT está no terceiro mandato sucessivo e aqui no Estado também ganhou as eleições. Como fica o papel do PSDB?
Bogo -
A situação do PSDB ficou agora mais difícil. Em termos nacionais, todos os partidos vão ter que fazer uma reflexão, uma espécie de refundação. O PSDB está falando agora em refundar-se. Significa dizer: “qual é o nosso papel agora?” Nós nascemos em 1988 em função de problemas na Constituinte e do problema da inflação, do contexto que havia. Tanto que no nosso estatuto a frase é e clara “longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas”, ou seja, expressar a vontade da sociedade, não a produzida por alguém. Já fizemos nossa parte. A economia foi consolidada por FHC com o Plano Real, a estabilidade do sistema financeiro que o FHC, a abertura das relações do Brasil no exterior. Essas bases principais do Brasil foram feitas ali. Ainda que falou-se e fala-se muito mal do FHC, mas um dia talvez alguém reconheça que ele foi uma das figuras mais importantes da história da política brasileira como presidente.


JC - O candidato tucano à presidência da República, José Serra, não utilizou FHC na campanha. Isso foi um erro?
Bogo -
Nas duas eleições que houve depois de FHC, ele não foi utilizado. Suponho que em parte é pela lógica dos marqueteiros. Se você vai fazer uma campanha, não dá para entrar tendo que explicar. Como houve uma caricaturização do FHC por ter viajado muito, quando na verdade Lula viajou muito mais. Também marcou muito o “Fora FHC”, ficou uma marca negativa. Então para não ficar explicando, adotaram essa posição, embora eu ache que é a coisa mais fácil explicar o FHC. O (programa) Bolsa Família, por exemplo, vem do Bolsa Escola, do Bolsa Gás. Se você vai olhar a estabilidade da moeda no período FHC, fica fácil de fazer o link para cá. Claro que no segundo mandato ele enfrentou toda a instabilidade internacional, ora asiática, ora na Argentina, México e depois um pouco na Rússia. Então sim, o Brasil não estava ainda sólido para isso, mas com o real aumentou o poder de compra e veio crescendo, felizmente.

JC - Que fatores contaram para a derrota de Serra?
Bogo -
Vou me atrever a fazer uma avaliação que não posso provar, mas vou especular. Quanto à não eleição de Serra (em 2002), tenho a suspeição de que ele foi mais ou menos abandonado na campanha, como (Geraldo) Alckmin (PSDB, 2006). E diria que agora o Serra foi abandonado de novo. Por essas injunções que não aparecem, mas que dão sustentação ao eixo da política no País. Digo isso porque tenho a sensação de que havia quase um consenso no final do mandato do FHC de que era hora de dar vazão ao PT como forma de aplacar os movimentos sociais. Porque ninguém melhor para fazer isso do que o da casa. Só não contavam com a reeleição de Lula. Achavam que ele poderia cometer muitos erros e isso desmoralizaria o PT, os sindicatos etc. Com FHC, o sindicalismo era grevista, no serviço público, em várias áreas. Depois no governo Lula se acalmou. Com isso, houve a estabilização. Não é surpresa que o Lula tenha ficado em dois mandatos e tenha eleito Dilma.

JC - Como avalia os mandatos de Lula?
Bogo -
O Lula não atrapalhou o crescimento, ele ajudou, tem que se reconhecer o papel dele no sentido de que não travou a economia. Então, se perguntar qual é o grande resultado do governo Lula, em cima das bases do FHC, é que hoje se criou um forte mercado interno, o que salvou o Brasil da crise internacional. Ainda que estejamos sob uma ameaça grande de crise por estarmos aumentando demasiado o consumo de importados. Já passamos de 25% e a nossa indústria está se desindustrializando, porque ou todo mundo manda fazer fora ou traz o componente para montar. Estamos nos tornando um ambiente de montagem, não de produção. Se por alguma razão voltar a haver uma crise mundial, nossa competitividade de exportação vai estar lá embaixo. Estamos muito dependentes das commodities rurais. Acho que a presidente Dilma (Rousseff, PT) deveria prestar atenção nisso para não deixar desindustrializar, sobretudo no plano tecnológico.

JC - Que tipo de oposição o PSDB deve fazer?
Bogo -
Lembro bem o dia em que passei o cargo para o Olívio (Dutra, PT). Fiz um breve pronunciamento, e disse “desejo sucesso ao senhor no seu governo, porque o senhor indo bem, todos nós vamos ganhar, se for mal, todos vamos pagar a conta”. A minha lógica de fazer política sempre foi a de desejar de que quem estiver faça o melhor. Tomara que Tarso (Genro, PT) e Dilma façam o melhor e mereçam, por isso, continuar, se for o caso. Às vezes, as políticas não têm continuidade. Aquele que chega quer deixar a sua marca.



JC - Como se apresentam as forças políticas no atual contexto?
Bogo -
O PSDB, na sua média, olhando nacionalmente, é o partido que se descaracterizou menos. Mas requer que se reveja, porque, no caminho que já está próximo do penhasco, igual aos outros que já, se não caíram, estão pendurados. Mas é uma retomada. Não sei se é reposicionando-se, um pouco mais à esquerda ou à direita. Se ele vai se reposicionar politicamente tende a ficar mais moderado, ou até um pouco mais conservador. Mas isso o PT fez, o PMDB passou por todos os lados e ficou um campo de cá radicalizado. Há uma ausência hoje de uma linha mais de sensatez crítica, que poderia ocupar um espaço de centro-esquerda. Hoje não há um partido consistente de centro-esquerda. Com todo o respeito, o PT deixou de ser se tinha essa pretensão. O PT foi mais de oposição do que de esquerda. E se for olhar para as práticas de governo também tem todas as características que levam para a direita. Descaracterizou-se em relação àquele discurso purista que foi feito em outro tempo. Não condeno, porque se não tivesse se modificado também não teria ascendido.

JC - Os partidos e a política estão em descrédito?
Bogo -
Vejo como se tivesse havido uma mutação com certa degradação da política e dos partidos. Porque uma organização pressupõe uma identidade mínima. Se não tem isso e disciplina, é um arranjo para qualquer coisa. Os partidos podem mudar seu posicionamento e, para isso, têm suas instâncias de convenções, fóruns para fazer a revisão e atualização do discurso e do programa. Essa atualização é necessária. Mas hoje ela está num plano que afetou a moral, a credibilidade. Parece que o que os partidos mais fazem são arranjos de acesso ao poder, de espaços, da verba pública. Mas acho que no geral tem mais propensão ao desvio (de recursos) do que havia.

Perfil




























Vicente Bogo, 53 anos, nasceu em Rio do Oeste, Santa Catarina, onde fez os primeiros estudos. Com 14 anos, começou a frequentar o seminário da Congregação dos Padres Salesianos. Em 1979, mudou-se para Santa Rosa (RS), onde cursou o colégio Dom Bosco. No início da década de 1980, concluiu as faculdades de Ciências Exatas e Filosofia. Trabalhou na Cooperativa Vinícola e na regional do Sindicato de Agricultores de Santa Rosa. Em 1981 ingressou no PMDB, candidatando-se à Câmara de Vereadores de Santa Rosa em 1982, ficando na suplência. Elegeu-se, em 1986, deputado federal pelo PMDB para a Assembleia Nacional Constituinte, com 30.136 votos. Em 1988, participou da criação do PSDB, elegendo-se em 1994 vice-governador do Estado, na chapa encabeçada por Antônio Britto (PMDB). Como chefe de gabinete do presidente Fernando Henrique Cardoso, criou o programa de recuperação das cooperativas agropecuárias. Em setembro de 1998, o presidente FHC implantou o programa através de medida provisória, criando o Sescoop (Serviço Nacional de Aprendizagem de Cooperativismo), do qual Bogo foi presidente. Também comandou a Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs), de 1999 a 2006.

Noticia (reunião de CCs)

O ex-vice-governador Vicente Bogo, participou na noite de hoje (09) de reunião de mobilização de Cargos de Confiança do governo do Estado. O encontro aconteceu no salão de eventos da Igreja Pompéia, no bairro Floresta, em Porto Alegre. Alem do candidato a vice-governador, Berfran Rosado, lideranças do PSDB e de partidos coligados e integrantes da coordenação de campanha debateram estrategias de mobilização nestes ultimos dias que restam para as eleições.

Noticias (Campanha municipalizada)

A candidata a reeleição Yeda Crusius lançou na noite de segunda-feira (16) na churrascaria  Galpão Crioulo, no parque da Harmonia, em Porto Alegre a etapa chamada de municipalização de sua campanha. Em evento  que contou com a participação de integrantes da Coligação Confirma Rio Grande, entre eles prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, e também de  outros partidos, foi dado inicio ao trabalho de mostrar o que vem sendo feito na atual gestão e a ação em conjunto com as prefeituras de todo o RS. "Nós agora temos recursos e arrumamos a casa para que todos possam ter atendidos seus pleitos", lembrou Yeda. A governadora enfatizou a necessidade de mostrar ao RGS tudo que ainda tem por ser feito. "Vamos dar continuidade ao nosso governo e precisamos do apoio de todos para que este objetivo possa se concretizar",disse a um público animado que lotou as dependencias do restaurante.

Campanha (Prefeitos apoiam reeleição)

Com a presença da governadora e candidata a reeleição, Yeda Crusius, e e seu  candidato a vice, Berfran Rosado, aconteceu nesta segunda (16), no final da tarde, no comite central do PSDB, na rua Sete de Setembro, reunião com prefeitos de diferentes partidos que apoiam a reeleição. O ex-vice-govenador Vicente Bogo esteve presente no ato.

Noticias (Serra em Porto Alegre)

O ex-governador de São Paulo e candidato a presidencia da república,José Serra, esteve nesta segunda-feira(16) em Porto Alegre participando de reuniões em diferentes locais da capital. Ao meio-dia junto com a governadora Yeda Crusius participou de encontro dos partidos que formam o comite supra-partidário de sua campanha no RGS, em ato realizado na Churrascaria Galpão Crioulo,no parque da Harmonia. Serra recebeu de lideranças partidárias como do PSDB, PP, PPS,PMDB e PTB,entre outros,apoio para a eleição deste ano. Na sequenciado dia reuniu-se com empresários na Fiergs. O ex-vice-governador do RGS, Vicente Bogo acompanhou a visita de Serra e esteve no Galpão Crioulo junto com partidários e lideranças.

Bogo com Ana Amélia Lemos(acima), no local do evento e José  Serra na Galpão Crioulo.

OPINIÃO

CONTEXTO ELEITORAL (*)


Muita gente surpreende-se com os resultados da tendência de voto nas pesquisas eleitorais recentes, mas não compreendem o fenômeno.
Como imaginar há pouco mais de meio ano que a candidata à presidência do PT, quase ilustre desconhecida, poderia ultrapassar antes do início da campanha eleitoral o candidato do PSDB? Parecia improvável. E, julgavam alguns que a transferência de votos do presidente seria restrita, pois, uma coisa é o presidente e sua história e outra a candidata.
Era notório que cresceria. Tanto pela vinculação com a popularidade do presidente, quanto pelo resultado da economia nacional que conforta muita gente. E, claro, pela produção de mídia pré-eleitoral intensa do último semestre.
Agora, resta saber se a imagem construída se mantêm no desenvolvimento da campanha, notadamente nos debates televisivos. Isto é: qual a consistência das candidaturas e a eliminação ou fortalecimento dos temores presentes pairando sobre os candidatos.
Então, com o plano real a economia começou a mudar e melhorar e, desde então, o eleitor não quer arriscar em mudar. Claro, o PT conseguiu, na esteira das crises internacionais que impactaram forte e negativamente nossa economia, criar um clima de forte instabilidade e desconfiança que favoreceu a mudança em 2002. Hoje, não há ameaça política ou econômica visível ao grande público. Logo, o discurso da mudança não tem apelo.
Acertadamente, SERRA cunhou o slogan de que o Brasil pode mais, sinalizando avançar. Não ameaçando, portanto, a idéia da estabilidade atual, nascida com FHC.
Neste contexto, a vantagem é da candidata do governo, pois representa de modo mais claro a continuidade.
No estado a situação é similar. O governo é bem avaliado e há o desejo que seja continuado. Quem o representa é a governadora e as pesquisas mostram isso através do crescimento constante nos indicadores de intenção de voto. E tem mais para crescer.
O candidato da oposição (PT), por sua vez e o da neutralidade (PMDB), cada um vem buscando um mote para contornar a dificuldade de apresentar crítica consistente ao governo. O primeiro tentando firmar-se na suposição de que resolverá os problemas do estado com o dinheiro federal e do mundo. O outro, sem alternativa, dizendo que vai continuar o que está dando certo e que vai melhorar o que possa estar deficiente. Contudo, sem apresentar o certo e o deficiente. De um lado para não referendar o governo. De outro para não se distanciar da base eleitoral e cair ainda mais nas pesquisas de opinião.
Considerando que o candidato do PT tem grande probabilidade de estar no segundo turno da eleição, não se descartando uma decisão em primeiro turno (esperança petista) e que FOGAÇA e YEDA disputam a outra vaga, deixam de mirar no primeiro para buscar crescer um sobre o eleitorado do outro. YEDA vem levando vantagem. Representa a continuidade.
Portanto, com TARSO navegando livre de críticas e com a ascensão de DILMA já vão se aproximando do seu limite de segundo turno no primeiro, indo além da força natural do seu bloco político-eleitoral.
A conclusão é que as disparidades do primeiro turno, à exceção de que algum dos candidatos faça maioria absoluta dos votos válidos no primeiro turno, serão reduzidas e a disputa final levará para uma decisão apertada, tanto aqui quanto acolá.

Como se pode notar, o clima eleitoral vai esquentar!

(*) Vicente Bogo – ex-vice-governador RS.

Noticia (definido slogan oficial da Campanha)

O ex-vice-governador,Vicente Bogo, acompanhou nesta segunda-feira(26) mais uma reunião do Conselho Político da campanha majoritária Confirma Rio Grande. A candidata à reeleição YEDA CRUSIUS esteve  presente e foi homenageada pelo transcurso do seu aniversário. Foi aprovado pelo Conselho Político o slogan geral da campanha: O RIO GRANDE NO CAMINHO CERTO, que será lançado em evento em Pelotas, denominado 'super-quarta' no próximo dia 28/7. Conforme  Bogo  providências relativas à materiais de campanha estão sendo tomadas e brevemente os materiais gráficos deverão estar sendo produzidos com o slogan e logomarca oficial. "A participação dos candidatos, prefeitos, vices, vereadores, e outros membros da estrutura partidária na campanha serão decisivos para a mobilização eleitoral que estará apoiada nos materiais e programas específicos da campanha", lembra o ex-governador.

Foto - Edu Andrade

SERRA em Porto Alegre

O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, fez, na tarde desta quinta-feira (22), em Porto Alegre, uma série de críticas a sua principal adversária nas eleições, a petista Dilma Rousseff. Questionado sobre o controle da mídia, disse que sua posição de "ontem, hoje e amanhã" é a "liberdade total da imprensa". Aproveitou para dizer que Dilma assinou, no final do ano passado, um programa que impedia a liberdade de imprensa. Em seguida, falou que a candidata disse que não usaria o chapéu do MST e que no dia seguinte "usou". "A gente sabe que o MST é mantido pelo governo. É um movimento político. Reforma agrária é fachada".

Antes da coletiva de imprensa, em entrevista à rádio Guaíba, ele voltou a falar sobre as afirmações de seu candidato a vice, Indio da Costa (DEM), sobre as ligações entre o PT e as Farc. "O que o Indio disse foi uma banalidade. Disse que o PT é ligado as Farc. E o que são as Farc? São sequestradores, cortam cabeça de gente, fazem o narcotráfico. O PT é ligado a uma força que é ligada ao narcotráfico. Curiosamente, ninguém do PT veio para dizer que eles não tinham nada a ver com as Farc".

Fonte - Site  Terra

Noticias ( A OAB-RS e as eleições deste ano)

Presidente da OAB/RS confia em novo e positivo cenário político nas eleições deste ano no Estado

O presidente da OAB/RS, advogado Claudio Lamachia, disse, neste domingo (18/07), estar confiante de que as eleições de outubro, no Rio Grande do Sul, terão um novo e aprimorado patamar ético no cenário político. Para ele, o fato de o Estado, segundo informações do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), registrar um dos mais baixos índices de impugnações de candidaturas em todo o país – cerca de 3% dos 949 pedidos de registro – demonstra especialmente que os partidos, ao elaborarem suas listas de candidatos, preocuparam-se com a retidão dos currículos apresentados pelos postulantes a cargos.
Entusiasmado com os dados divulgados pelo tribunal no final de semana, o dirigente lembrou com ênfase que, de todos os partidos com representação no RS, 12 deles haviam aderido prévia e oficialmente a uma proposição feita pela Ordem gaúcha, juntamente com várias outras entidades civis, para que adotassem os princípios contidos na Lei da Ficha Limpa já nas eleições deste ano, vetando candidaturas que não observassem os requisitos da nova norma eleitoral, independentemente de posteriores interpretações judiciais. “Dentre outras importantes e positivas constatações, os dados do TRE confirmam que a maioria das agremiações partidárias procurou atender às determinações da Lei da Ficha Limpa, conforme compromisso assumido publicamente com as entidades gaúchas bem antes das suas convenções”, observou Lamachia.
O advogado voltou a defender a aplicabilidade da Lei da Ficha no pleito eleitoral deste ano, apesar das possibilidades de eventuais contestações pontuais de alguns candidatos junto aos tribunais eleitorais. “Inegavelmente, a nova lei propicia uma desejada depuração no cenário político nacional, mas caberá às cortes responsáveis pelas apreciações legais ter o máximo de cuidado ao interpretá-la diante de casos contestatórios à sua aplicação, pois também não é aceitável que decisões maculem, eventualmente, direitos individuais, pois isso feriria o espírito da lei e a própria democracia”, ressalvou Claudio Lamachia.

ARTIGO - Pensar o Homem

(Enviado pelo candidato a deputado estadual pelo PSDB-RS, Professor Serpa)

A CHAVE DO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO ESTÁ EM PENSAR O HOMEM, A PARTIR DA GLOBALIDADE DO SEU SER.



A premissa mais desafiadora no decurso de um desenvolvimento sustentável e justo, sem margem de dúvida, requer uma consciência antropológica inovada, sempre mantendo presente a figura humana e seu espaço. A tecnologia jamais pode arrogar-se o direito de ser fim em si própria, pois, isso constitui uma anomalia na natureza humana. Afinal, o centro e fim último do desenvolvimento sempre é o homem. Ao focarmos como algo essencial essa dimensão no processo inovador da tecnologia, nos obrigamos a rever o conceito que temos de Estado e seu papel no conjunto da sociedade, a finalidade última dos avanços na tecnologia de ponta, assim como, que futuro estamos preparando para as novas gerações. Ao analisar de forma crítica o desenvolvimento tecnológico na atual civilização, vemos em seu bojo uma filosofia com uma perigosa ambiguidade. Por quê? Sutilmente permeia nas veias da mesma uma perversa ideologia, que coloca o homem, principalmente, alguns que se julgam cientistas e donos da verdade, numa pseudo-liberdade, autosuficiência e deificando o homem como absoluto. A partir desse pressuposto aparece a ciência como a toda poderosa. Isso é trágico! “A pessoa humana está dinamicamente orientada para o próprio desenvolvimento. Não se trata de um desenvolvimento garantido por mecanismos naturais, porque cada um de nós sabe que é capaz de realizar opções livres e responsáveis; também não se trata de um desenvolvimento à mercê do nosso capricho, enquanto todos sabemos que somos dom e não resultado de auto geração. Em nós, a liberdade é originariamente caracterizada pelo nosso ser e pelos nossos limites” (cf. Caritas in Veritate. nº68).


O DESENVOLVIMENTO É ALGO INTRÍNSECO AO SER HUMANO.


A capacidade que o homem tem a partir do dom da inteligência recebida de Deus, não o isenta de reconhecer que esse poder colocado em suas mãos de transformar a realidade seja sempre orientado pela eticidade e pela virtude da humildade. Somos seres mortais e criados para sermos felizes, embora, isso requer, hoje, um profundo exame de consciência, de que a facticidade nos aponta para a finitude existencial. “Ninguém plasma arbitrariamente a própria consciência, mas todos formam a própria personalidade sobre a base duma natureza que lhe foi dada (...) o desenvolvimento da pessoa degrada-se, se ela pretender ser a única produtora de si mesma. De igual modo, degenera o desenvolvimento dos povos, se a humanidade pensa que se pode recriar valendo-se dos “prodígios” da tecnologia. Analogamente, o progresso econômico revela-se fictício e danoso quando se abandona aos “prodígios” das finanças para apoiar incrementos artificiais e consumistas” (cf.ibidem). A chave para que entendamos o desenvolvimento correto à luz de princípios morais é que nós o façamos no sentido plenamente humano e no horizonte de sentido da pessoa vista na globalidade do seu ser. Bento XVI, na Carta Encíclica “Caritas in Veritate” é muito feliz e claro ao afirmar: “O desenvolvimento não será jamais garantido completamente por forças de certo modo automáticas e impessoais, sejam elas as do mercado ou as da política internacional”. E continua: “O desenvolvimento é impossível sem homens retos, sem operadores econômicos e homens políticos que sintam intensamente em suas consciências o apelo do bem comum. São necessárias tanto a preparação profissional como a coerência moral” (cf.ibidem. nº71).


A RESPONSABILIDADE DA SOCIEDADE EM CRIAR UM ESTADO E UMA POLÍTICA QUE ASSEGURE O BEM COMUM.


A Doutrina Social da Igreja tem grande simpatia por uma sociedade democrática, participativa nas decisões que dizem respeito ao bem da nação. Ora, isso requer da própria sociedade uma consciência de que quem faz a história prosseguir é ela mesma, à medida que tenha uma participação ativa na construção de novos modelos para gerir a “Coisa Pública”. Esses modelos precisam estar alicerçados em princípios baseados na ética da vida e do homem para concretizar as devidas mudanças. Na atual civilização as mudanças deverão ser profundas. “A comunidade política tem na referência ao povo a sua autêntica dimensão: ela é e deve ser na realidade, a unidade orgânica e organizadora de um verdadeiro povo” (cf. Doc. CNBB - Por uma Reforma do Estado com participação Democrática. nº37). E o documento continua: “O povo não é uma multidão amorfa, uma massa inerte a ser manipulada e instrumentalizada (...) é preciso superar os limites de participação deste modelo atual. A desconfiança e a desesperança aumentam a necessidade de encontrar saídas que ultrapassam tais questionamentos” (cf. ibidem. p.24). Precisamos despertar em todos os segmentos da sociedade, hoje, a consciência de que é participando ativamente das decisões referentes às diversas áreas da “Coisa Pública”, acompanhando, que as coisas poderão ter novos rumos. É preciso um Estado e estadistas comprometidos sempre mais com o bem comum. Está na hora do Estado deixar de ser subserviente da economia, mas ambos precisam caminhar para o mesmo fim, ou seja, o bem comum da nação, do ser humano e do meio ambiente. Esse é o caminho concreto para tornar realidade o sonho de todos e o fim para o qual fomos criados por Deus. A felicidade do ser humano que ruma à plenitude última da humanidade: Deus. Pense e reflita!


Paróquia N. Sra. de Lourdes – Canela – RS - Pe. Ari Antônio da Silva – Vigário Paroquial - Doutor em Filosofia – UPSA – Salamanca – Espanha - pearisilva@hotmail.com e www.catedraldepedra.com.br