História (Palacinho do Governo)

O Palácio do Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul, originalmente Palacete Santo Meneghetti, e comumente conhecido como Palacinho, é um prédio histórico da cidade de Porto Alegre, RS, localizado na Avenida Cristóvão Colombo, nº 300.
O prédio, em elegante estilo eclético com predomínio de elementos neoclássicos, foi mandado construir em 1926 por Santo Meneghetti, comerciante abastado, com projeto do engenheiro italiano Armando Boni. O propósito primeiro da construção foi prover acomodações adequadas para o conde Galeazzo Ciano, genro de Benito Mussolini, que estava em viagem pela América Latina e deveria passar pela capital gaúcha.
Localizado numa esquina, a fachada principal do edifício, a mais estreita, tem uma grande porta em arco com belo e intrincado gradeamento em grosso ferro forjado (onde se mostra o brasão do Estado do Rio Grande do Sul e a inscrição GABINETE DO VICE-GOVERNADOR), e está ladeada de altas janelas em arco, que continuam na fachada lateral, onde dispõem de sacadas. O piso superior, um pouco menos alto, tem desenho semelhante, com uma janela maior acima da porta de entrada e uma série de outras janelas de marco mais ligeiro, todas com sacadas suportadas por grandes volutas. Coroa a edificação uma grande cornija também suportada por volutas.

A entrada dá acesso a um saguão e a seguir penetra-se em um espaço nobre com escadaria, estatuária e piso de mármore, vitrais, pinturas e outros elementos decorativos. O piso do saguão e a circulação do segundo pavimento mostram ladrilhos hidráulicos e esquadrias em madeira possivelmente originais. A sala de reuniões apresenta lareira com pilastras e friso ornamental. Nas paredes e teto, decoração com predomínio de figuras geométricas. Na circulação principal do primeiro pavimento, o teto apresenta pinturas e elementos em estilo Art Déco.

Em 1954 foi vendido para o Governo do Estado, que em 1971 o destinou à residência dos Vice-Governadores. Hoje abriga apenas o gabinete do Vice-Governador e escritórios associados à vice-governança, e já não serve como moradia. O prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual em 28 de dezembro de 1996.

Tendo sofrido desgastes com o passar do tempo, em 2003 foi aberto um processo para sua restauração, que no entanto só se completou em sua primeira etapa, recuperando a parte artística da obra, seu acervo de afrescos, murais, clarabóias, vitrais franceses, relevos, mármores e granitos e a fachada, resgatando o aspecto original do prédio.

Em março de 2007 o Vice-Governador Paulo Afonso Feijó viajou a Brasília para apresentar projeto visando captação de recursos da Lei Rouanet para a continuidade do restauro, desta vez para sanar problemas ainda pendentes nas instalações complementares (energia, logística, segurança e acesso a pessoas portadoras de deficiência) e para a implantação do Memorial Armando Boni. O projeto completo está avaliado em aproximadamente R$ 2 milhões, deve ter início no segundo semestre deste ano, e deve contar também com verbas privadas.

Tendo já se tornado um marco na paisagem citadina, apenas é de lamentar um pouco a situação do entorno do prédio, com algumas árvores e densa rede de fiação para postes de iluminação pública nos passeios defronte, prejudicando a plena visualização e fruição das suas linhas belas e nobres.

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